sábado, 22 de novembro de 2025

Eu realmente não sou desse mundo e não me acostumo a viver entre os homens. A lucidez é fardo difícil de carregar  para quem vê, sente e se sensibiliza de jeito diferente em um mundo cada vez mais insensível, rude, burro. O horror sou eu diante das coisas. Um psicopata sapateando nas leis do país, um condenado na presidência e um povo ignorante e malandro apoiando toda essa corja retiram qualquer esperança de que esse país possa ser visto como local em que um ser humano minimamente civilizado e ético possa pensar em fazer morada. Uma narrativa doentia de golpe de Estado que jamais existiu, heróis do Exército enfiando em prisões feito ratos pelas verdadeiras ratazanas do poder  cidadãos honestos e simples traídos por aqueles que pensaram ser seus salvadores e condenados a um fim triste nas cadeias superlotadas deste miserável país, uma mídia totalmente conivente e adesista, responsável maior por toda essa polarização decorrente de inverdades diárias que impuseram a uma audiência ignorante e incapaz de traduzir a realidade, acatando tudo como verdade incontestável, levando essa massa acéfala a um ódio descomunal por um presidente que foi responsabilizado diuturnamente pela ausência de vacinas em tempos de pandemia, o que os levou a acreditar, tolos que são, que as 700 mil mortes são responsabilidade exclusiva deste homem que teve sua imagem desconstruída desde o primeiro dia do seu mandato, TV Globo à frente, essa que é braço militante e assessoria leal de Lula e STF. Essa é a realidade deste desgraçado país em que eu, você, nós todos habitamos, onde encontros climáticos são verdadeiros fracassos, onde políticos e sindicatos inescrupulosos saqueiam a velhice brasileira, onde bancos são verdadeiros antros de corrupção e tem em seus conselhos toda a corja que manda e se pensa dono do país, mas é Bolsonaro, esse que pecou por se manter à parte dos podres poderes e entregou um país com números superavitários o escolhido para ser perseguido, acusado, condenado e preso por gente por quem não dou um vintém, por quem não aceitaria que colocassem os pés na minha casa, por quem não olharia nos olhos sem o receio de estar olhando os olhos de um indecente. Eu simplesmente não aceito que os ladrões condenem os inocentes, que os perversos tripudiem os honestos, que os piores destruam aqueles que tentam ser homens do Bem. É difícil se calar diante da brutalidade, da perversidade, da ignorância, da cegueira humana. É difícil acompanhar com serenidade o erro se materializar e manter a calma, o silêncio, sem um mínimo de revolta, indignação, do desejo incontido de reverter pelas próprias mãos esse quadro de enlouquecimento coletivo de um país que assiste passivamente um louco-mor contaminar com sua loucura boa parte da população que aplaude, efusivamente, a sua insanidade, que deveria ser motivo de internação psiquiátrica, mas aqui, nesta Terra sem lei, é motivo de aplausos, reverências, encorajamento  para que continue em sua sanha persecutória. Não são meus semelhantes.
E, saibam,  ninguém virá nos salvar de nós mesmos.
Aos coniventes de toda essa situação, digo que são meus inimigos. Aos que ainda mantém a lucidez, eu os abraço como companheiros raros que não aceitam fazer parte dessa raça degenarada que habita esta nação.
Silvia Gabas 🔰


 

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