quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Isto é apenas o começo. A democracia que acreditávamos ter, morre um pouco a cada dia. E a democracia que vai sobrando é a apenas a dos interesses de alguns poderosos.
Apenas ela. E ela não me serve.
A democracia em que acredito se sustenta na liberdade, na verdade, no mérito, na soberania e no respeito ao País e ao Povo. É por ela que olho para as minhas filhas, exigindo coragem de mim mesmo. Não culpo os brasileiros pelo medo. Tenho muito.
Estamos vivendo tempos de perseguição sem justiça.
E o Brasil está ferido mortalmente por narrativas que mudam conforme o interesse de quem governa, por histórias reescritas à força e por tentativas de criminalizar quem ousa pensar diferente.
Eu já estive nesse lugar. Eu sou vocês.
Sei o que é acreditar em um país que se diz democrático, mas insiste em mutilar o futuro e a liberdade. Tento permanecer em paz comigo mesmo e esquecer a política, mas cada vez que fecho os olhos, a luta se impõe. Porque a luta está em todos os lugares. Está nas ruas, nos tribunais, na TV, nos jornais, no silêncio, nas redes sociais e na cumplicidade de quem acredita, mesmo sabendo que é mentira. Mas homens e mulheres como nós não se calam e não fogem. Somos protetores da família, defensores da Pátria, sentinelas de uma democracia que não pode ser sequestrada por quem teme um povo livre. Ou estamos dentro da luta, ou a parece que a luta nos devora. Não existe neutralidade. A culpa de abandonar o Brasil, de ceder ao medo, é um peso que vai se arrastar por gerações. É esse fardo que me agoniza, porque nunca desaparece. E não quero no futuro me lembrar que eu fui um covarde e vi tudo acontecer, sem ao menos escrever. Pois, a escrita é minha única arma. E esse fardo cresce, cada vez que me calo diante da censura, da perseguição e da injustiça.
Eu, que era poeta de textos de amor, hoje preciso falar sobre guerra e escrevo das trincheiras. Porque a poesia verdadeira não está nos likes. Esses pouco importam, são triunfos vazios e completamente sem sentido. A verdadeira poesia está na inspiração. E a minha inspiração de hoje está na verdade de uma fala que tenta resistir. Assim também é a luta.
Ela não é feita para aplausos ou para coroar heróis, mas para impedir que a liberdade se perca. Para que o silêncio não vença. Para que o Brasil não se curve a quem deseja governar sem povo, sem história, sem verdade, sem memória. Lutar pela verdadeira democracia não é escolha. É destino. É dever.
E é no medo transformado em consciência que a vontade de se expressar se encontra com a minha vontade de escrever.
E escrever é a única a única bandeira que eu levanto, a única corneta que toco, a única arma que atiro.
Que o Brasil volte a ser verde e amarelo.
E só isso que peço. Avante!
Cleonio Dourado 🔰


 

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