domingo, 2 de novembro de 2025

 

 

ORAÇÃO DO 2 DE NOVEMBRO
Senhor, deste-nos a verdade. Criamos a mentira. Acendeste a luz. Disseminamos atreva. Ensinaste o bem. Praticamos o mal. Concedeste-nos o dom da vida. Semeamos o vírus da morte.
Proclamaste a liberdade pela obediência aos eternos desígnios. Instituímos o cativeiro através das paixões inferiores. Aconselhaste que nos amemos fielmente uns aos outros. Fizemos a separação e o sectarismo. Cultivaste flores de amor. Alimentamos espi­nhos de ódio. Exaltaste a fraternidade. Intensificamos a sombra homicida. Traçaste campos de serviço promissor. Enfi­leiramos cemitérios e ruínas. Facilitaste-nos enxadas e charruas. Converte­mo-las em projetis e baionetas.
Mandaste-nos o enxofre que cura, o salitre que aduba e o carvão que aquece. Transformamo-las na pólvora que mata. Afirmaste que teus discípulos chegariam de todas as partes do Planeta. Amaldiçoamos aqueles quIe não comungam conosco. Organizaste caminhos de aproximação entre os homens. Construímos trincheiras. Criaste a chuva benéfica. Realizamos bom­bardeios.
Plantaste árvores benfeitoras. Fabricamos es­padas mortíferas. Aceitaste a cruz da redenção. Levantamos a cruz do crime. Exemplificaste o sacrifício supremo. Dispu­tamos o campeonato do egoísmo. Escalaste o monte da humildade. Descemos ao abismo do orgulho. Deste-nos todo o bem, renunciando. Menospre­zamos tuas bênçãos e dádivas, exigindo sempre. Por isso mesmo, Senhor, porque envenenamos as fontes de tua misericórdia, vemos a Civilização amargando angustiosa agonia. Face ao passado delituoso, encarnados e desen­carnados, somos antigos mortos no crime, sepulta­dos no cárcere de nossas próprias fraquezas. Hoje, pois, que os mortos da carne e os mortos que não vivem muito distantes do sepulcro se reu­nirão, ao pé dos túmulos, e permutarão saudades e preces, no santuário do espírito, ajuda-nos a com­preender as verdades da vida eterna. Atende, Senhor, à nossa rogativa! Faze que teus verdadeiros emissários esclareçam o nosso entendimento, para que sintamos a extensão de nos­sos débitos.Abre-nos os olhos espirituais, para que veja­mos o caminho. Enquanto a poeira da carne. con­funde os nossos irmãos no mundo, grandes multidões, nos planos inferiores, estão perturbadas pela poeira da sepultura. Confessamos a nossa falência espiritual e re­conhecemos as nossas dívidas. Sabemos, porém, Senhor, que somos portadores da Consciência Di­vina. Somos, contigo, herdeiros do Eterno Pai e não ignoramos que algo esperas de nós, como espe­ramos de ti. Atende-nos, pois, Mestre Amado, para que re­sistamos às trevas e trabalhemos por nossa ilumi­nação, à espera do milênio futuro! Peregrinos esperançosos, reunimo-nos hoje, na estrada da vida, suplicando a bênção do teu olhar. Comprimem-se turbas aflitas por ver-te. As viúvas de Naim, os Jairos vacilantes, os centuriões ator­mentados, os discípulos medrosos, os aleijados e os cegos, os coxos e os leprosos, as filhas angustiadas de Jerusalém aguardam, de novo, a tua passa­gem! ... Há também Lázaros sepultados, desde mais de quatro dias, em túmulos caiados, esperan­do tuas palavras de ressurreição para se levanta­rem! ... Súplicas maternas aliam-se ao choro das criancinhas ...
Auxilia-nos, Senhor, a quebrar nossas velhas algemas! Vidente Divino, ensina-nos a ver! Sol de Esperança, ilumina os que se confundem na sombra! Dois de Novembro, dia de finados! ... ó Estrela Gloriosa da Vida, mostra-te no cume da montanha, clareando o caminho dos que va­gueiam, sem rumo, nos extensos vales da morte!

IRMÃO X(Humberto de Campos), do livro “PONTOS E CONTOS”.



 

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