quarta-feira, 26 de novembro de 2025

“Fale firme!”
Meu pai dizia. E de tanto ouvir, aprendi.
Mas percebo uma maioria que prefere sussurrar. Descobriram que é mais fácil se esconder atrás do “tanto faz”, do "deixa quieto", da neutralidade, do silêncio e da prudência exagerada.
Gente morna. Gente moita, como dizem no popular.
Ser "moita" é muito confortável. Não exige coragem, nem custo. É a arte de nunca se queimar. Mas também, nunca se destacar.
Vivem imóveis, inofensivos, esperando que o vento decida seu rumo. São os que não discordam pra não perder o convite, não opinam pra não arriscar o emprego, não concordam pra não escolher lado e vivem se esquivando pra nunca se ferir.
E acham isso bonito. Chamam isso de “viver em paz”.
Mas paz não é essa ausência de conflito, é presença da verdade. Ser quem se é. E quem cala, quando devia falar, vira cúmplice daquilo que finge ignorar. Enquanto uns apanham por dizer, outros dormem tranquilos por calar. São os mornos.
Aqueles que a história nunca cita.
Aqueles que todos sempre esquecem.
Penso que o mundo muda pelas falas dos que se levantam, não dos que esperam. A indiferença pode ser confortável, mas é também o berço da omissão. Quem não se posiciona, escolhe um lado que não é o seu. E ainda chama isso de equilíbrio.
Eu, apesar das pedradas, escolho o incômodo.
Prefiro ser mal interpretado do que esquecido. Prefiro o risco da fala ao tédio do silêncio ocioso. Um dia, os mornos vão perceber que a moita não protege. Apenas separa a coragem das desculpas. Protege de todos os erros, mas afasta de todos os acertos. E falhar é um luxo de quem faz.
E a paz de quem se acomoda se transforma em uma guerra interna infernal. E nenhum conforto do mundo vale isso.
@eucleonio 🤝🏼


 

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