A gente vive cansado e ainda assim corre por nós e por todos.
Carregamos fardos que nem são nossos. Fazemos o possível, o impossível e o que ninguém vê, tudo para manter de pé pessoas e estruturas que só não desmoronaram ainda, porque a gente próprio faz força pra se manter em pé. Mas uma hora cansa.
Vivemos em um País que passou a exigir também aquilo que já não podemos dar. Que exige até o que não temos. Que enfia até o talo a mão no bolso do trabalhador. Um Estado que parece aquele parente folgado, que já demos a mão, mas ele quer o braço.
Exige mais um imposto, mais um esforço, mais uma taxa. E a classe, realmente, trabalhadora que já vive no limite, precisa sustentar cada vez mais benefícios, mordomias, gratuidades, luxos e milhões de assistencialismos que há muito já passou dos limites da caridade e se tornou um cabresto eleitoral. Tudo em nome de uma promessa de justiça social que nunca chega. Pagamos caro por serviços públicos precários ou inexistentes, enquanto somos cobrados cada vez mais a sermos fortes, generosos, disponíveis, democráticos e silenciosos. Mas como continuar ajudando quem não trabalha, quando você mesmo já está cansado de tanto trabalhar? Como dar o que você não tem?
Como tirar o sustento da sua família pro governo passar pra família que não se sustenta? A conta não fecha. E o bolso do contribuinte cansou de abrir. Estamos cercados por exigências, de pessoas, de instituições, do governo e desde sempre, fomos pouco ensinados a impor limites. A verdade é que ninguém sobrevive vivendo em função de tudo e todos, menos de si mesmo.
Não é egoísmo colocar-se em primeiro lugar. Não é pouca caridade. É sobrevivência. Não se trata de se fechar para o mundo, mas de abrir espaço para si. Compartilhar o que sobra é nobre. Dividir o que falta é se afundar junto. E parece ser essa a intenção do governo. Afundar todo mundo. Antes de salvar o outro, tenha certeza que está à salvo. Antes de estender a mão, esteja firme nos próprios pés. Antes de ceder mais um pouco, pergunte-se: O que restará pra mim? A resposta talvez seja o que você mais precisa ouvir, que tudo uma hora tem que ter um fim.
Aproveita e anota:
- Compartilhe o que te sobra.
- Não o que te falta.
Avante!
Cleonio Dourado ✔
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