Vivemos tempos em que tudo entra, tudo invade, tudo atravessa a pele e se aloja facilmente na alma. Não há mais portas fechadas.
Só janelas abertas e sem travas. As redes sociais abriram não só as vidas, mas também os porões da mente. E o que era templo virou depósito. O corpo, antes morada do essencial, virou abrigo do excesso. Ligamos o celular e, sem perceber, deixamos que entre tudo: violência, vaidade, mentira, comparação, julgamento, grito, fúria. Os olhos absorvem, os ouvidos carregam, a mente processa e tudo isso, sem filtro, vai direto para a alma. E a alma, coitada, tenta despejar no coração o que não consegue compreender. E o coração, por sua vez, começa a doer.
Vivemos sobrecarregados. Não de tarefas, mas de toxinas invisíveis. De ideias que não são nossas. De dores que não sentimos. De raivas que não geramos. Estamos cheios de vazios que não sabemos nomear. Ninguém mais filtra.
Ninguém mais silencia. Ninguém mais se protege.
É preciso voltar ao início. Reerguer nossos muros. Lembrar que o corpo é sagrado, que a mente é radar e que a alma é jardim.
O que você consome vira parte de você. O que você permite entrar, molda quem você se torna. E o que você não cuida, te adoece por dentro. A imunidade do corpo começa na alma. A saúde da alma começa no que você permite ver, ler, ouvir, tocar, sentir. Seja menos esponja. Seja mais filtro.
Jardim não combina com lixo. Porque coração limpo a gente vê pelo brilho de um sorriso. Volte-se para si.
Retorne a sua essência. Porque, hoje em dia, sorrir é ato de resistência. Avante.!
Cleonio Dourado ✔

Nenhum comentário:
Postar um comentário