sexta-feira, 14 de março de 2025

Juro que algumas vezes tentei ser adulta, mas não gostei não. Me senti muito triste. Gente adulta não tem caixinha de guardar estrelas,  não conhece cacho de borboletas, não solta pipas coloridas, não sabe fazer colar de flor maravilha  pra enfeitar as tranças, não sopram dente de leão e nem bolhas de sabão.
Nem sabe pular amarelinha e já quer chegar ao Céu de um jeito muito esquisito. Não dança na chuva, e quando dança em algum salão tem a mesma coreografia, não sente a música. Estão sempre preocupados em imitar e no que os outros vão pensar. 
Fala uma coisa e faz outra beeeeem diferente. Fica muito carrancudo por qualquer coisa boba. Faz mil planos para um futuro que talvez nem chegue, mas não é capaz de desembrulhar com entusiasmo o presente de um novo dia.
Adultos apreciam coisas...
E eu gosto mesmo é do beijo quente do sol, do banho de lua, do assobio dos ventos nas folhas, do algodão doce das nuvens, do pique pega dos vagalumes...
Desses miúdos encantamentos, sabe?
Eles, os adultos, nem vão ao baile das fadas, não entendem o coachar do sapo, nem a música das cigarras, e já querem logo falar bonito pra impressionar e se mostrar mais sabido.
Quero ser gente grande um dia. Quero sim!
Mas adulto, quero não! Obrigada!
Gente adulta demais é uma chatura, Fia! hihihi...
Um salve para os olhos generosos da criança que ainda nos habita! É ela muitas vezes que nos salva dos caos dos dias!


 

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