Estamos acuados diante da vida, estamos, como um lutador, sendo esmurrado nas cordas e mal conseguimos respirar. Tudo pesa…ombros, coração, cabeça, alma…tudo pesa! Nosso horizonte já está limitadíssimo e não conseguimos enxergar um palmo à frente do nariz e nem sequer uma frestinha de sol por entre as nuvens pesadas que nos cercam. E nesse cenário, tudo tende a só piorar e então surgem raios, trovões, maremotos e tudo parece indomável, avassalador e realmente o são naquele momento. E está feita a tempestade em copo d ´água. Imagine o quão assustador é para quem está enfrentando tudo isso e vendo seu barquinho (que a essa altura se parece mais com um barco de papel) a sossobrar em águas bravias. Obviamente isso é um fiel retrato de como as nossas emoções funcionam quando nossa vida vira de ponta cabeça. Perdemos completamente a perspectiva e nos vemos absurdamente em perigo. Pode todo mundo em volta ter a ciência de que a situação não é tão grave assim, mas no olho do furacão, a situação é desesperadora. E como baixamos a cabeça, limitamos nosso olhar só para a tempestade, fica muito difícil colocar a mão no coração e respirar…respirar…aliviar os pesos…respirar…e basta essa simples atitude de buscar irmos nos aproximando do nosso centro novamente para começarmos a vislumbrar, ao longe que seja, um novo horizonte com uma luzinha que a gente sorri ao avistar na esperança que seja o sol. De tempestade em tempestade vamos nos tornando melhores marinheiros e ampliando nossos espaços, dominando nossa respiração e nosso medo e vamos ficando seguros e abusando e aumentando a permissão para nos invadirem e nos cobrando travessias perfeitas e sem percebermos, armamos de novo o cenário perfeito para que uma nova tempestade em um novo copo d´água nos assole. Tempestades em copos d´água não são dramas, são dramáticas, mas passam!
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